Em 1717 três pescadores saíram para
pescar no Rio Paraíba, no interior do Estado de São Paulo. Era um
período de escassez de peixes. Por ação misteriosa de Deus aqueles
pescadores lançaram as redes e a primeira coisa que recolheram foi o
corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço. Lançaram uma segunda
vez as redes nas águas agitadas e recolheram a cabeça da mesma imagem.
Juntando as duas partes perceberam que se tratava da imagem da Senhora
da Conceição.
Aqueles homens lançaram novamente as
redes e a partir de então a pesca se tornou abundante. Perceberam que
algo de extraordinário estava acontecendo. Interpretaram os sinais como
intervenção especial de Deus. Retornando a suas casas, contaram o que
havia acontecido. Denominaram a imagem que encontraram com o título de
“Aparecida”.
Nasceu assim a devoção em torno da
Senhora da Conceição Aparecida. Atualmente milhares de pessoas de todo o
Brasil vão ao Santuário Nacional. A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil lançou uma nota anunciando 2017 como Ano Mariano. Diz a nota:
“A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil – CNBB, em comemoração aos 300 anos do encontro da Imagem de
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul,
instituiu o Ano Nacional Mariano, a iniciar-se aos 12 de outubro de
2016, concluindo-se aos 11 de outubro de 2017, para celebrar, fazer
memória e agradecer.
Como no episódio da pesca milagrosa
narrada pelos Evangelhos, também os nossos pescadores passaram pela
experiência do insucesso. Mas, também eles, perseverando em seu
trabalho, receberam um dom muito maior do que poderiam esperar: “Deus
ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”. Tendo acolhido o sinal que Deus
lhes tinha dado, os pescadores tornam-se missionários, partilhando com
os vizinhos a graça recebida. Trata-se de uma lição sobre a missão da
Igreja no mundo: “O resultado do trabalho pastoral não se assenta na
riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor” (Papa Francisco).
A celebração dos 300 anos é uma grande
ação de graças. Todas as dioceses do Brasil, desde 2014, se preparam,
recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que
percorre cidades e periferias, lembrando aos pobres e abandonados que
eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus.
O Ano Mariano vai, certamente, fazer
crescer ainda mais o fervor desta devoção e da alegria em fazer tudo o
que Ele disser (cf. Jo 2,5).
Todas as famílias e comunidades são convidadas a participar intensamente desse Ano Mariano.
A companhia e a proteção maternal de
Nossa Senhora Aparecida nos ajude a progredir como discípulas e
discípulos, missionárias e missionários de Cristo!”
Que a Senhora de Aparecida, Mãe de
Misericórdia, abençoe, ilumine e inspire todos os que se dedicam à
promoção e ao cuidado da vida, especialmente através das Pastorais
Sociais, da Ação Social da Arquidiocese e de outras iniciativas que se
distinguem em tantos espaços da sociedade.
Dom Jaime Spengler, OFM*
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB