sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Senhora Aparecida - Mãe da Misericórdia

Dom Jaime Spengler, OFM*


Em 1717 três pescadores saíram para pescar no Rio Paraíba, no interior do Estado de São Paulo. Era um período de escassez de peixes. Por ação misteriosa de Deus aqueles pescadores lançaram as redes e a primeira coisa que recolheram foi o corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço. Lançaram uma segunda vez as redes nas águas agitadas e recolheram a cabeça da mesma imagem. Juntando as duas partes perceberam que se tratava da imagem da Senhora da Conceição.

Aqueles homens lançaram novamente as redes e a partir de então a pesca se tornou abundante. Perceberam que algo de extraordinário estava acontecendo. Interpretaram os sinais como intervenção especial de Deus. Retornando a suas casas, contaram o que havia acontecido. Denominaram a imagem que encontraram com o título de “Aparecida”.

Nasceu assim a devoção em torno da Senhora da Conceição Aparecida. Atualmente milhares de pessoas de todo o Brasil vão ao Santuário Nacional. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lançou uma nota anunciando 2017 como Ano Mariano. Diz a nota:

“A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em comemoração aos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul, instituiu o Ano Nacional Mariano, a iniciar-se aos 12 de outubro de 2016, concluindo-se aos 11 de outubro de 2017, para celebrar, fazer memória e agradecer.

Como no episódio da pesca milagrosa narrada pelos Evangelhos, também os nossos pescadores passaram pela experiência do insucesso. Mas, também eles, perseverando em seu trabalho, receberam um dom muito maior do que poderiam esperar: “Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”. Tendo acolhido o sinal que Deus lhes tinha dado, os pescadores tornam-se missionários, partilhando com os vizinhos a graça recebida. Trata-se de uma lição sobre a missão da Igreja no mundo: “O resultado do trabalho pastoral não se assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor” (Papa Francisco).

A celebração dos 300 anos é uma grande ação de graças. Todas as dioceses do Brasil, desde 2014, se preparam, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que percorre cidades e periferias, lembrando aos pobres e abandonados que eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus.

O Ano Mariano vai, certamente, fazer crescer ainda mais o fervor desta devoção e da alegria em fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2,5).
Todas as famílias e comunidades são convidadas a participar intensamente desse Ano Mariano.

A companhia e a proteção maternal de Nossa Senhora Aparecida nos ajude a progredir como discípulas e discípulos, missionárias e missionários de Cristo!”

Que a Senhora de Aparecida, Mãe de Misericórdia, abençoe, ilumine e inspire todos os que se dedicam à promoção e ao cuidado da vida, especialmente através das Pastorais Sociais, da Ação Social da Arquidiocese e de outras iniciativas que se distinguem em tantos espaços da sociedade.

Dom Jaime Spengler, OFM*
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

NOTA PÚBLICA: "Recuar jamais na defesa dos direitos conquistados", diz Apib sobre indicações à Funai


apib

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, diante das indicações à presidência e cargos de diretoria na Funai, preenchidas como parte da cota do Partido Social Cristão (PSC) decorrente das articulações do golpe parlamentar que levou Temer à Presidência da República, reafirma publicamente anteriores manifestações nas quais a entidade repudia as tentativas de militarizar e desmontar o órgão indigenista, com a nomeação de militares para presidi-lo, a redução drástica do orçamento e do quadro de servidores, a paralisação das demarcações das terras indígenas, as mudanças por meio de iniciativas legislativas ou medidas administrativas do procedimento de demarcação, a crescente criminalização de lideranças indígenas.
A decisão da Casa Civil de efetivar indicações do PSC não poderia ser diferente, pois esse é o perfil e a cara do ilegítimo Governo Temer, alavancado pelas bancadas ruralista, evangélica, da mineração, do boi, da bala, e assim por diante. Contrariando o entendimento do movimento indígena e de seus aliados, apoiado por amplos setores da opinião pública nacional e internacional, o governo manteve a decisão confrontar os povos indígenas, nomeando para compor a equipe da Funai um diretor militar, o general Franklinberg, rotundamente contestado pelas mobilizações indígenas quando pretendia ser presidente do órgão.
O movimento indígena não pode esquecer que o PSC é parte do batalhão de parlamentares que perseguem suprimir os direitos constitucionais dos povos indígenas: votou a favor da PEC 215, compõe a CPI da Funai / Incra por meio do deputado Bolsonaro filho, e é postulador do projeto de lei do infanticídio voltado a criminalizar os povos indígenas. Ou seja, trata-se de um partido anti-indígena. Será que o novo presidente, Antonio Costa, vai conseguir reerguer a Funai, se contrapondo às diretrizes do seu partido, assegurando a implementação de todas as reivindicações publicamente conhecidas dos povos e organizações indígenas?
A APIB chama a suas bases a estarem vigilantes, fortemente unidos, e a não recuarem jamais na defesa de seus direitos conquistados.
Brasília – DF, 13 de janeiro de 2017.
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
Mobilização Nacional Indígena

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Seja peregrino/a com a CRB



Acompanhe a Peregrinação de Nossa Senhora Aparecida, neste ano jubilar. Veja no blog o Roteiro, as Canções, Orações, Comentários, e a participação alegre, festiva e com a grande fé dos religiosos e religiosas das Regionais.

Oração Oficial CF 2017

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Deus, nosso Pai e Senhor, nós vos louvamos e bendizemos,
por vossa infinita bondade
Criastes o universo com sabedoria e o entregastes em nossas frágeis mãos
para que dele cuidemos com carinho e amor
Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum
Cresça em nosso imenso Brasil
o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas
e da beleza e riqueza da criação
alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes.
Amém!

Hino e Cartaz CF 2017

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Para 2017, o cartaz já está disponível junto com o texto-base no site das edições CNBB e nas Livrarias Católicas.

O hino já foi escolhido tendo como ganhadores do concurso o padre José Antônio de Oliveira, de Barão dos Cocais (MG) e Wanderson Luiz Freitas da Silva de Goiânia (GO) que compuseram a letra e a música oficiais do hino.

O CD da Campanha da Fraternidade 2017 deve trazer mais três músicas que foram enviadas ao concurso, que são de autoria do Padre Cireneu Kuhn, verbita de Santo Amaro (São Paulo), Casimiro Vidal Nogueira, de Curitiba (PR) e da parceria entre J. Thomaz Filho e Wallison Rodrigues.


(Refrão) Da Amazônia até os Pampas, do Cerrado aos Manguezais, chegue a ti o nosso canto pela vida e pela paz
Louvado seja, ó Senhor, pela mãe terra, que nos acolhe, nos alegra e dá o pão. Queremos ser os teus parceiros na tarefa de cultivar o bem guardar a criação.
Vendo a riqueza dos biomas que criaste, feliz disseste: tudo é belo, tudo é bom! E prá cuidar a tua obra nos chamaste a preservar e cultivar tão grande dom.
Por toda a costa do país espalhas vid. São muitos rostos – da Caatinga ao Pantanal -‘ negros e índios, camponeses gente linda, lutando juntos por um mundo mais igual.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Campanha da Fraternidade 2017


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Tema e lema da CF 2017
A Campanha da Fraternidade (CF) 2017 terá como tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15).
Para essa iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta o texto-base da CF 2017 que terá como proposta principal dar ênfase a diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho.
Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem sejamos conduzidos à vida nova”, afirma.
A CF 2017 inicia em 1 de março, quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Ramos, neste ano, dia 9 de abril.
O texto-base da CF 2017
O texto-base da CF 2017 está dividido em quatro capítulos, a partir do método ver, julgar e agir, faz uma abordagem dos biomas existentes, suas características e contribuições eclesiais. Também traz reflexões do tema sob a perspectiva de São João Paulo II, Bento XVI e o papa Francisco. Ao final, são apresentados os objetivos permanentes da Campanha, os temas anteriores e os gestos concretos previstos durante a Campanha 2017.
A partir do texto-base todas as comunidades, paróquias e dioceses do Brasil organizam formações e ações para o período de realização da CF 2017 que tem seu ponto alto o tempo da quaresma. Além disso, a CNBB realiza concursos para a escolha do cartaz e hino da CF.
Com o objetivo de ajudar às famílias, comunidades e pessoas de boa vontade a vivenciarem a iniciativa, o texto-base da CF aponta uma série de atividades que ajudarão a colocar em prática as propostas incentivadas pela Campanha. Além disso, ele também propõe ações de caráter geral, que indicam a necessidade da conversão pessoal e social, dos cristãos e não cristãos, para cultivar e cuidar da criação.
thumbnail cartaz 2017
Como exemplo dessas ações estão o aprofundamento de estudos, debates, seminários e celebrações nas escolas públicas e privadas sobre a temática abordada pela CF. O fortalecimento das redes e articulações, em todos os níveis, também é proposto com o objetivo de suscitar uma nova consciência e novas práticas na defesa dos ambientes essenciais à vida. Além disso, o subsídio chama atenção ainda para a necessidade de a população defender o desmatamento zero para todos os biomas e sua composição florestal.
Já no campo político, o texto-base da CF incentiva a criação de um Projeto de Lei que impeça o uso de agrotóxicos. O livro também indica que combater a corrupção é um modo especial para se evitar processos licitatórios fraudulentos, especialmente, em relação às enchentes e secas que acabam sendo mecanismos de exploração e desvio de recursos públicos.
Tendo em vista as formas de ‘agir’ propostas no texto-base da CF 2017, a CNBB destaca que é importante que cada comunidade, a partir do bioma em que vive e em relação com os povos originários desses biomas, faça o discernimento de quais ações são possíveis, e entre elas quais são as mais importantes e de impacto mais positivo e duradouro.
“A criação é obra amorosa de Deus confiada a seus filhos e filhas. Nossa Senhora Mãe de Deus e dos homens acompanhará as comunidades e famílias no caminho do cuidado e cultivo da casa comum no tempo quaresmal”, afirma o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.